Em uma forte demonstração de compromisso com a igualdade de género e a governança inclusiva, a Autoridade Tributária de Ruanda (RRA), em parceria com o PNUD, realizou dois eventos significativos entre novembro de 2024 e março de 2025. Esses encontros não apenas destacaram a dedicação da RRA a um sistema tributário sensível às questões de género, mas também ofereceram ações concretas para empoderar as mulheres no local de trabalho, além de fornecer uma plataforma para amplificar as vozes das mulheres dentro do ecossistema tributário.
Uma sessão de capacitação esclarecedora
Realizado de 18 a 19 de novembro de 2024, o primeiro evento reuniu 182 funcionárias da RRA, 30 responsáveis pelo planeamento e orçamento e 29 contribuintes. Foi conduzido no âmbito da Equanomics, um projeto piloto conjunto entre a RRA, do PNUD e do Escritório de Monitoramento de Género (GMO), que visa construir um sistema tributário sensível às questões de género em Ruanda.

A formação abordou três temas principais: planeamento e orçamentação sensíveis ao género (OSG), aquisição sensível ao género e prevenção do assédio no local de trabalho, incluindo a estratégia de assédio sexual recentemente desenvolvida pela RRA. Através de apresentações interativas, dramatizações e diálogo aberto, as sessões capacitaram as participantes a compreender e aplicar os princípios da igualdade de género no seu trabalho.
Além de apoiar a RRA na sua preparação para a certificação ao abrigo do Selo de Igualdade de Género para Instituições Públicas, o evento de dois dias serviu como um poderoso catalisador para a criação de um espaço seguro para as funcionárias e proporcionou uma plataforma para partilhar experiências vividas, desafios e soluções práticas.
Ampliar a Equanomics: uma visão reafirmada
Avançando para 24 de março de 2025, a RRA e o PNUD se reuniram novamente para lançar a segunda fase do programa Equanomics (2025-2027). O programa visa equipar o Ministério das Finanças e a Autoridade Tributária com as ferramentas, os dados e a capacidade necessários para implementar reformas fiscais inclusivas que promovam a igualdade de género por meio de um sistema tributário, políticas fiscais e processos orçamentários aprimorados. O evento de lançamento reuniu mais de 400 participantes, predominantemente mulheres e representantes da RRA e do Ministério das Finanças e Planejamento Econémico (MINECOFIN), com o objetivo de conscientizar as partes interessadas para uma implementação tranquila. Neste, reafirmaram-se compromissos institucionais com reformas inclusivas sensíveis ao género na administração tributária e serviu mais uma vez como um espaço seguro para as mulheres se conectarem, trocarem experiências e se empoderarem mutuamente.
As principais apresentações abordaram as disparidades de género no sistema tributário de Ruanda, incluindo preconceitos implícitos de género, alfabetização tributária limitada entre as mulheres e procedimentos tributários complexos que sobrecarregam desproporcionalmente as mulheres empresárias. A jornada para a certificação do Selo de Igualdade de Género também foi descrita e contou com uma sessão de treinamento ministrada por Clement Kirenga, do PNUD, sobre o empoderamento das mulheres no local de trabalho. Um destaque foi o discurso da Dra. Fatmata sobre “O poder das mulheres na promoção do crescimento institucional”, que gerou uma discussão animada. Adicionando uma nota poderosa de reconhecimento institucional, o Comissário Geral da RRA, Sr. Ronald Niwenshuti, elogiou as contribuições das funcionárias da RRA e reiterou o objetivo da agência de se tornar um local de trabalho preferencial para as mulheres.

Compromissos e o caminho a seguir
- A RRA pretende receber a certificação do Selo de Igualdade de Gênero até junho de 2026.
- Continuação da implementação de estratégias contra o assédio sexual e apoio a aquisições e orçamentos sensíveis ao gênero.
- Apoiar o financiamento para que os funcionários possam obter mestrado em Igualdade de Gênero.
- Apelos por locais de trabalho mais seguros e inclusivos, incluindo melhores instalações para mulheres, salas de amamentação e treinamento consistente para todos os funcionários.

Mais importante ainda, esses esforços não são isolados. Eles refletem uma agenda nacional mais ampla, na qual a governança inclusiva, políticas equitativas e o empoderamento das mulheres são fundamentais para o progresso. Com a colaboração contínua entre a RRA, o PNUD e outras partes interessadas importantes, Ruanda está pavimentando o caminho para um setor público mais inclusivo e sensível às questões de género.